O governador Romeu Zema (Novo), eleito com a promessa de reduzir cargos e acabar com o apadrinhamento na máquina pública, enfrenta críticas com o projeto de criação da Agência Reguladora de Transportes de Minas Gerais (Artemig), que tramita na Assembleia Legislativa (ALMG). Se aprovada, a nova autarquia trará consigo 45 novos cargos e altos salários: o diretor-geral terá remuneração de R$ 20 mil, enquanto diretores-técnicos receberão R$ 16 mil mensais.
A Artemig, proposta como solução para a gestão de concessões rodoviárias, já causa desconforto entre deputados e especialistas. Enquanto defensores afirmam que a agência traria maior segurança e transparência aos contratos, opositores consideram a iniciativa uma duplicidade desnecessária de funções, que já são exercidas pelo Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER-MG). O deputado Professor Cleiton (PV) criticou duramente o projeto, apontando o DER como "sucateado pelo próprio governo", o que, segundo ele, justifica a priorização de investimentos na estrutura atual em vez de criar uma nova entidade.
Além disso, os críticos questionam o compromisso de Zema em cortar gastos com a máquina pública. O projeto da Artemig, em vez de realocar efetivamente os servidores da Secretaria de Infraestrutura, cria cargos com "gratificações estratégicas", o que, para opositores, representa um retrocesso e contradiz a agenda de austeridade que o governador prometeu ao ser eleito. A proposta ainda será analisada em comissões e passará por votação em plenário.