O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Polícia Federal, acusado de crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa, trouxe à tona diferentes posturas entre seus possíveis sucessores políticos. Enquanto Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, se destacou ao defender Bolsonaro publicamente, outros líderes, como Romeu Zema (Novo), mantiveram-se em silêncio, gerando críticas dentro da base bolsonarista.
Tarcísio, em declaração no X (antigo Twitter), saiu em defesa do aliado, afirmando que “não há provas concretas” contra Bolsonaro e que é fundamental que a investigação seja conduzida com responsabilidade. O governador destacou que o ex-presidente respeitou o resultado das eleições e reforçou o pedido para que “a verdade dos fatos” venha à tona. A postura foi bem recebida por setores da direita, que veem Tarcísio como um líder leal e alinhado aos valores defendidos pelo grupo político de Bolsonaro.
Em contrapartida, Romeu Zema, governador de Minas Gerais, optou por não se pronunciar sobre o caso, mesmo após participar da reunião do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) no dia do indiciamento. A ausência de posicionamento alimentou a insatisfação de apoiadores de Bolsonaro, que esperavam uma defesa mais enfática. A mesma postura foi adotada por Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, enquanto Ronaldo Caiado (União), de Goiás, limitou-se a dizer que aguarda o desfecho do processo antes de opinar.
Bolsonaro, por sua vez, reafirmou sua posição como líder incontestável da direita, declarando que não vê outro nome capaz de sucedê-lo politicamente. O episódio evidenciou a diferença de postura entre Tarcísio, que reforça sua lealdade ao ex-presidente, e outros potenciais herdeiros políticos, que preferem adotar cautela diante das acusações.