Famílias afetadas pelo rompimento da barragem da Vale em Mariana (MG) protestaram nesta segunda-feira (25) contra a visita do governador Romeu Zema ao município. O evento, realizado na Praça Minas Gerais, foi cercado e proibiu o acesso dos atingidos, gerando indignação e vaias. Os manifestantes exigem participação no uso dos recursos do novo acordo de reparação homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e criticam a exclusão e falta de diálogo com os diretamente impactados.
Lideranças do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) destacaram que o acordo foi firmado sem ouvir as famílias que ainda sofrem com as consequências do desastre de 2015. Letícia Oliveira, representante do MAB, afirmou que a prioridade deve ser garantir que os recursos cheguem às comunidades atingidas e criticou a recente absolvição das empresas responsáveis, como Vale, BHP Billiton e Samarco, pela tragédia.
Com palavras de ordem como "Não foi acidente", os manifestantes também relembraram o impacto ambiental e social do rompimento da barragem, que segue sem reparação justa. A tragédia, que deixou um rastro de destruição na bacia do Rio Doce, completou nove anos, mas as demandas das famílias permanecem negligenciadas, reforçando a luta por justiça e transparência no processo de reparação.