O ex-padre Bernardino Batista dos Santos, de 77 anos, foi solto nesta quinta-feira (28) após decisão da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Acusado de abuso sexual contra meninas e mulheres entre as décadas de 1980 e 2010, ele responderá pelos crimes em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica e sob restrições de contato com as vítimas e testemunhas.
A defesa do ex-líder religioso argumentou que sua idade avançada, problemas de saúde e o tempo decorrido desde os crimes justificavam a concessão do habeas corpus. Bernardino ficou preso por 36 dias, desde 23 de outubro, quando foi detido em Juatuba, na Grande BH. As vítimas, porém, reagiram com indignação à decisão. A advogada Ana Carolina Oliveira, que as representa, destacou a frustração após três anos de trabalho intenso para viabilizar a prisão do acusado.
As investigações apontam que Bernardino teria cometido abusos contra pelo menos 50 vítimas, sendo algumas crianças entre 3 e 11 anos. Apesar do número elevado, apenas os casos a partir de 2012 serão considerados no julgamento, pois os anteriores prescreveram. Uma das denúncias que constam no processo relata abuso de uma menina de 4 anos em 2016, em um sítio utilizado para encontros religiosos. Bernardino está afastado do sacerdócio desde 2021, por decisão definitiva do Vaticano.