Em encontro com jornalistas nesta sexta-feira (13), o governo de Romeu Zema (Novo) reconheceu os desafios para avançar com as privatizações da Cemig e da Copasa na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Segundo o secretário de Governo, Gustavo Valadares, há uma descrença inicial entre os deputados sobre a aprovação dos projetos, mas as articulações começarão em 2025, com a promessa de diálogo por meio de audiências públicas.
Um ponto polêmico é a tentativa do governo de eliminar a exigência de consulta popular para aprovar as desestatizações. Zema tem defendido a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que, além de reduzir o número de votos necessários para privatizações de 48 para 39, extingue o referendo obrigatório, dispensando a opinião da população mineira. Essa postura tem gerado críticas, especialmente da oposição, que considera o tema estratégico para os cidadãos.
Zema justificou sua posição afirmando que o Estado não deve mais interferir na gestão das empresas. Para o governador, a privatização fortaleceria as corporações e aumentaria seu valor de mercado, mesmo abrindo espaço para eventual interesse do governo federal em adquiri-las no futuro.
Apesar da resistência na ALMG, o governo planeja intensificar o diálogo com parlamentares no próximo ano. Contudo, a tentativa de retirar a participação popular do processo reforça o caráter controverso da proposta, que segue como um dos maiores desafios do atual mandato.