Uma pesquisa do Instituto Quaest revelou que 51% dos mineiros são contrários à privatização da Copasa, enquanto 37% se mostram favoráveis e outros 12% se dizem indecisos. O levantamento foi realizado com 1.480 entrevistados em Minas Gerais e possui uma margem de erro de 3 pontos percentuais.
Os dados também evidenciam a relação entre a opinião pública e a avaliação do governo estadual. Entre os que aprovam a gestão de Romeu Zema, 43% apoiam a privatização, mas 47% ainda são contrários. Já entre aqueles que desaprovam o governo, a rejeição à venda da estatal sobe para 69%, com apenas 22% se manifestando a favor.
A proposta de privatização da Copasa foi formalizada em novembro pelo governo estadual e integra os planos de desestatização que também incluem a Cemig. Apesar da previsão constitucional de um referendo popular para aprovar a venda de empresas públicas, conforme estabelecido no artigo 14 da Constituição de Minas Gerais, o governo de Romeu Zema (Novo) resiste a consultar a população e busca alternativas para viabilizar a privatização por meio de votação direta na Assembleia Legislativa (ALMG).
Nos bastidores da ALMG, parlamentares afirmam que há menos resistência à privatização da Copasa do que à venda da Cemig. Ainda assim, a proposta enfrenta críticas, especialmente pela não realização do referendo, considerado por muitos como um direito democrático garantido aos mineiros.
Para avançar, o governo também apresentou a alternativa de reduzir o quórum necessário para aprovar a desestatização de 48 para 39 votos, por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tramita na Casa desde 2023. Essa movimentação tem sido vista por críticos como uma tentativa de evitar obstáculos legais e políticos.
O governo estadual estima arrecadar R$ 15 bilhões com a venda das participações nas duas estatais e prevê a realização dos leilões no segundo semestre de 2025. O vice-governador Mateus Simões afirmou que a celeridade na tramitação é essencial: “Precisamos que os projetos avancem rapidamente para cumprir o cronograma.”
A decisão de não realizar um referendo popular tem aumentado a pressão sobre o governo Zema, já que movimentos sociais e setores da oposição defendem que a população seja ouvida, como previsto na Constituição estadual. Para eles, a resistência do Executivo em consultar os mineiros demonstra uma tentativa de contornar a falta de apoio popular à medida.
A privatização da Copasa e da Cemig promete ser um dos principais debates políticos de 2025 em Minas Gerais, dividindo opiniões e mobilizando a sociedade em torno de temas como transparência, participação popular e o futuro das empresas públicas no estado.