Um sapo-cururu, encontrado com a boca colada em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, morreu no último domingo (15) após passar por um procedimento cirúrgico. O animal foi resgatado por uma moradora e levado ao Hospital Veterinário da Universidade de Passo Fundo (UPF) apresentando desidratação, desnutrição e sem conseguir se alimentar devido à cola que fechava sua boca.
A cirurgia para remover a cola foi realizada no dia 4 de dezembro, mas, devido à gravidade do quadro clínico, o sapo não resistiu. O hospital informou que o animal apresentava danos significativos ao sistema respiratório e ao organismo em geral, o que agravou a recuperação.
O caso foi denunciado ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), que identificou a situação como um ritual de magia negra. Segundo o promotor Paulo Cirne, rituais semelhantes já haviam sido registrados em outras cidades do estado, mas é a primeira vez que ocorre em Passo Fundo. O promotor explicou que essa prática cruel caracteriza crime de maus-tratos e, com a morte do animal, a pena é aumentada em 1/6 a 1/3.
O episódio reacende o debate sobre crueldade animal associada a práticas de rituais místicos ou de magia negra. Organizações de proteção animal alertam que casos semelhantes têm sido identificados em diferentes partes do país, incluindo áreas rurais e urbanas de Minas Gerais. Especialistas reforçam a importância de denunciar práticas de maus-tratos, especialmente quando há indícios de uso de animais em rituais. A morte do sapo destaca a urgência de ações mais rigorosas para coibir essas práticas e proteger os animais.
Casos de crueldade animal podem ser denunciados anonimamente pelo Disque Denúncia 181 ou pelos órgãos ambientais e de controle animal locais. O Ministério Público segue investigando o caso em Passo Fundo.