O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), apresentou uma nova proposta para tentar reduzir a dívida estadual de R$ 165 bilhões: ceder o controle da Cemig, Copasa e Codemig ao governo federal em troca de abatimento no débito. A proposta foi anunciada durante participação no plenário do Senado Federal, após a aprovação do Programa de Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que aguarda sanção presidencial.
A estratégia reflete a dificuldade de Zema em conseguir apoio político na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para avançar com a privatização das estatais. Sem força política para viabilizar a venda, o governador recorre à cessão das empresas ao governo federal, como forma de garantir algum alívio financeiro para o estado. “Queremos que a União considere esses ativos e os abata da dívida. É uma solução objetiva, já que empresas como Cemig e Copasa têm valor definido por serem cotadas na bolsa de valores”, afirmou.
A estimativa é que a transferência da Cemig e Copasa represente R$ 10 bilhões de abatimento, enquanto a Codemig, focada na exploração de nióbio, pode valer até R$ 60 bilhões. Juntas, essas operações poderiam liquidar cerca de 42% da dívida. No entanto, a proposta enfrenta críticas de parlamentares e sindicatos, que enxergam riscos no repasse de empresas estratégicas ao governo federal. A iniciativa também exige que Minas cumpra as contrapartidas do Propag, como investimentos em educação, saneamento e segurança pública, para garantir juros reduzidos e maior prazo para quitação da dívida.