O Brasil enfrenta uma de suas maiores tragédias rodoviárias. Na madrugada deste sábado (21), um grave acidente envolvendo um ônibus, uma carreta bitrem e um carro de passeio na BR-116, em Teófilo Otoni (MG), resultou em 39 mortes e diversos feridos. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o caso é o mais letal registrado em estradas federais desde 2008.
De acordo com a PRF e a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), o motorista da carreta, que transportava um bloco de granito, estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa. Ele fugiu do local após o acidente e está sendo procurado pelas autoridades. O caminhão apresentava irregularidades, como excesso de peso, e não deveria estar circulando na via naquele horário.
O bloco de granito se soltou do veículo e atingiu o ônibus, que explodiu em chamas após a colisão. A PRF afirmou que o caminhão e seu tacógrafo foram levados para perícia em Teófilo Otoni, enquanto o ônibus, devido à destruição total, não poderá ser analisado.
O ônibus da Viação Emtram transportava 45 passageiros de São Paulo para Vitória da Conquista (BA). Dos ocupantes, 39 perderam a vida, a maioria com os corpos carbonizados, dificultando o processo de identificação. Outras 13 pessoas sobreviveram e foram levadas para hospitais da região; duas morreram durante atendimento médico.
Os três ocupantes de um carro que colidiu com a carreta após o acidente foram resgatados com vida.
Devido à complexidade do caso, os corpos foram transferidos em um caminhão frigorífico para o Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), em Belo Horizonte, onde há maior tecnologia para exames e identificação. Até o momento, 12 vítimas foram identificadas.
O governo de Minas Gerais mobilizou equipes de suporte aos familiares e de atendimento no local, incluindo peritos criminais e médicos legistas enviados por aeronave do Gabinete Militar. Participam da operação a PRF, Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), e as secretarias estaduais de Saúde (SES-MG) e Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, lamentou a tragédia e destacou os esforços das equipes de resgate e atendimento. Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, também se solidarizou com as vítimas, oferecendo apoio da Polícia Científica para a identificação das vítimas.
A BR-116, que ficou interditada por horas, foi liberada após a remoção de óleo e destroços pela equipe dos bombeiros.
Este acidente reacende o debate sobre segurança nas estradas brasileiras, fiscalização de veículos de carga e a necessidade de investimento em infraestrutura e prevenção de tragédias rodoviárias. Autoridades prometem rigor na investigação para esclarecer responsabilidades e evitar novos casos semelhantes.
