Santana do Paraíso, uma das cidades diretamente atingidas pela tragédia de Mariana, está entre as 12 que já aderiram ao acordo de reparação firmado em outubro de 2024. A cidade, banhada pelo Rio Doce, viu o bairro Ipabinha ser o mais prejudicado pelo desastre que despejou 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos, afetando mais de 40 municípios. A estimativa é que Santana do Paraíso receba cerca de R$ 205 milhões por meio deste acordo, recursos que serão destinados à recuperação ambiental e socioeconômica da cidade.
Além de Santana do Paraíso, outras cidades de Minas Gerais, como Ponte Nova, Iapu, Marliéria, Córrego Novo e Sobrália, formalizaram a adesão. No Espírito Santo, as cidades de Anchieta, Fundão, Serra, Linhares, Conceição da Barra e São Mateus também entraram no acordo. No entanto, a maioria das 49 cidades elegíveis ainda não tomou uma decisão. O prazo para adesão termina em março de 2025.
O acordo, que prevê o repasse total de R$ 6,1 bilhões aos municípios, exige que as cidades desistam de ações judiciais em andamento, incluindo o processo movido em Londres contra a BHP Billiton, que pede uma indenização de R$ 230 bilhões. Essa exigência tem gerado resistência entre os prefeitos, que também questionam as obrigações de execução de obras que antes eram responsabilidade das empresas envolvidas.
A Samarco já realizou repasses de R$ 26,8 milhões em dezembro para as cidades que aderiram nos primeiros 30 dias após a homologação. Apesar disso, prefeitos afirmam que os municípios tiveram pouca participação nas negociações, que beneficiaram principalmente os governos federal e estaduais.
Para Santana do Paraíso, os recursos representam uma oportunidade de reverter os impactos devastadores da tragédia, especialmente no bairro Ipabinha, e de avançar em ações de reparação que beneficiem a população e o meio ambiente. Enquanto isso, a maioria das cidades ainda avalia os desdobramentos financeiros e administrativos de uma possível adesão.