O governo federal, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), acionou a Polícia Federal (PF) para investigar o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e outros críticos por disseminarem informações consideradas polêmicas sobre o sistema de pagamentos Pix. A ação, que ocorre após o parlamentar viralizar com um vídeo levantando preocupações sobre possíveis taxações futuras do Pix, tem gerado críticas por ser vista como uma tentativa de intimidação política.
Nikolas Ferreira afirmou no vídeo que o governo poderia adotar medidas que prejudicariam os mais pobres, sugerindo que as mudanças na fiscalização das transações financeiras poderiam ser um primeiro passo para a taxação do sistema. O conteúdo ganhou grande repercussão nas redes sociais, mas foi rechaçado pelo governo, que agora busca responsabilizar o deputado e outras pessoas por espalharem o que classificou como desinformação.
A decisão de investigar parlamentares e cidadãos foi justificada pelo governo como necessária para conter prejuízos ao sistema financeiro e à economia popular. Entretanto, a medida levanta questionamentos sobre liberdade de expressão e o uso de recursos públicos para perseguir opositores. Críticos apontam que, em vez de priorizar diálogo e esclarecimento público, o governo tem optado por uma postura agressiva e judicial contra aqueles que o criticam.
Além disso, o governo revogou a norma da Receita Federal que ampliava a fiscalização de transações acima de R$ 5 mil para pessoas físicas. A decisão veio após forte repercussão negativa e a ampla circulação de mensagens questionando o impacto da medida, que foi interpretada como prejudicial a comerciantes e consumidores.
A estratégia do governo Lula de acionar a PF para investigar críticos tem sido vista por muitos como um movimento autoritário e desproporcional, especialmente quando envolve figuras públicas que expressam preocupações legítimas. Nikolas Ferreira ainda não se pronunciou oficialmente sobre a investigação, mas a situação tem gerado debates sobre os limites da intervenção governamental em questões de liberdade de expressão.