O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu críticas do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, sobre vetos na nova lei de renegociação das dívidas dos estados. Zema acusou o governo federal de impor custos adicionais aos mineiros, mencionando um aumento de R$ 5 bilhões na contribuição ao longo de 2025 e 2026. Haddad, porém, classificou as declarações como enganosas e lembrou que o veto se referia a uma cláusula que transferiria à União a responsabilidade por dívidas dos estados com bancos privados.
Haddad também destacou a contradição de Zema ao criticar privilégios, mencionando que o governador sancionou um aumento salarial de 298% para si próprio, para o vice-governador e secretários estaduais, mesmo durante o Regime de Recuperação Fiscal. O reajuste, aprovado em 2023, elevou o salário mensal do governador de R$ 10,5 mil para R$ 37,5 mil. Segundo o ministro, esse movimento vai contra o discurso de austeridade defendido pelo governo mineiro.
A dívida acumulada dos estados brasileiros com a União alcança R$ 760 bilhões, concentrada em estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. A nova lei sancionada pelo governo federal busca aliviar os juros das dívidas, corrigindo os valores apenas pelo IPCA, com o objetivo de liberar recursos para investimentos. Entretanto, o governo federal estima que a medida pode gerar uma perda de até R$ 100 bilhões nos próximos cinco anos. O embate entre Haddad e Zema reflete o impacto político e econômico dessas decisões para os estados.