O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), aproveitou a abertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (3) para criticar a política de juros da União, chamando-a de "agiotagem". No entanto, sua gestão tem sido marcada por um crescimento expressivo da dívida do estado, que saltou de R$ 120 bilhões em 2019 para aproximadamente R$ 180 bilhões em 2025, um aumento superior a 50%.
Zema também prometeu atuar contra os vetos do presidente Lula (PT) ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). A postura do governador, porém, levanta questionamentos, já que durante o governo Bolsonaro (PL), ele não fez cobranças contundentes para resolver o problema da dívida mineira.
Enquanto acusa a União de praticar juros abusivos, Zema manteve uma relação amigável com o Planalto no passado, sem apresentar propostas concretas para renegociar os débitos estaduais. Essa falta de ação resultou em um crescimento desenfreado da dívida, limitando investimentos essenciais em áreas como Saúde, Educação e Segurança.
Apesar de destacar a criação de 140 mil empregos em 2024 e avanços em setores estratégicos, a crise fiscal do estado segue preocupante. Grandes projetos, como o Hospital Regional de Teófilo Otoni e o Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte, enfrentam dificuldades financeiras.
Ao final de seu discurso, o governador fez um apelo por união política para solucionar o problema da dívida. Críticos, no entanto, enxergam na declaração um movimento estratégico para fortalecer sua posição eleitoral, em vez de um compromisso real com o equilíbrio fiscal do estado.