O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, firmou um acordo de delação premiada com a Justiça, garantindo benefícios em troca de informações sobre investigações em andamento. O sigilo dos anexos do acordo foi derrubado nesta quarta-feira (19) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelando detalhes do pacto firmado.
Entre os benefícios negociados, Cid assegurou uma pena reduzida, podendo cumprir no máximo dois anos de prisão, além de proteção da Polícia Federal para ele e seus familiares. O acordo também prevê a restituição de bens e valores apreendidos, bem como a extensão de algumas vantagens à esposa, ao pai e à filha maior de idade.
Em contrapartida, Cid comprometeu-se a colaborar integralmente com as investigações, fornecendo provas documentais e relatando tudo o que sabe sobre crimes praticados, participados ou de que tenha conhecimento. Além disso, ele se obrigou a notificar imediatamente a Polícia Federal caso seja contatado por outros investigados.
A delação já provocou grande repercussão no meio político, especialmente por envolver nomes de destaque e desdobramentos que podem impactar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro. As informações fornecidas por Cid incluem detalhes sobre a venda de joias sauditas, movimentação de dólares e até mesmo discussões sobre um suposto golpe de Estado.
O acordo estabelece que os benefícios concedidos ao militar podem ser revogados caso ele não cumpra as condições estabelecidas ou omita informações relevantes. Diante da gravidade das revelações, o cenário político brasileiro segue em alta tensão, com novas investigações e possíveis desdobramentos judiciais contra figuras próximas ao ex-presidente.