O Comitê do Congresso dos Estados Unidos aprovou uma proposta de sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A medida, defendida por parlamentares republicanos e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, surge em resposta a decisões do magistrado que foram interpretadas como censura por setores da direita americana.
A iniciativa ganhou força após Moraes ordenar a suspensão da plataforma X no Brasil no ano passado, devido à falta de um representante legal no país. A decisão foi criticada nos EUA e levou a empresa de Elon Musk a recorrer, retomando suas operações após atender às exigências judiciais. Além disso, a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Bolsonaro reacendeu o debate sobre o papel de Moraes, resultando em processos movidos por empresas ligadas a Donald Trump, como a Rumble, que também teve suas atividades suspensas temporariamente no Brasil.
O deputado Darrell Issa, autor da proposta, comparou a situação brasileira a regimes autoritários como o do Irã, defendendo punições a Moraes por supostas violações à liberdade de expressão. No entanto, a medida ainda enfrenta desafios para ser implementada, com parlamentares como Jamie Raskin questionando sua viabilidade e propondo emendas para ampliar as sanções a qualquer autoridade que prenda um norte-americano por críticas a governos estrangeiros, sugestão que foi rejeitada.
A ofensiva do Congresso americano contra Moraes gera preocupações no governo brasileiro, que acompanha a movimentação com cautela, temendo impactos nas relações diplomáticas entre Brasil e EUA. Com as eleições presidenciais de 2026 no horizonte, a influência republicana no cenário político brasileiro torna-se uma variável cada vez mais relevante.