O aumento salarial de 300% concedido ao governador Romeu Zema, do Partido Novo, seu vice e secretários de estado no início de seu segundo mandato, em 2023, continua a gerar repercussão negativa e a impactar seus planos políticos, incluindo suas aspirações presidenciais. A medida, que elevou significativamente os vencimentos dos cargos, tem sido alvo de críticas constantes nas redes sociais, onde comentários desfavoráveis ressurgem sempre que o nome do governador é mencionado. A situação ganha contornos ainda mais polêmicos quando comparada aos reajustes salariais concedidos ao funcionalismo público estadual, que em diversas ocasiões sequer cobriram a inflação do período, gerando um sentimento de disparidade e injustiça entre os servidores. Além disso, o aumento salarial contrasta com a imagem de austeridade propagada pelo Partido Novo, legenda que se autodeclara defensora do liberalismo econômico.
A persistência das críticas ao aumento salarial nas redes sociais demonstra que a questão permanece sensível para a população mineira. A indignação expressa nos comentários reflete um sentimento de descontentamento com a priorização dos interesses da classe política em detrimento das necessidades da sociedade, especialmente em um contexto de dificuldades econômicas e sociais. A medida, que contrasta fortemente com a política de contenção salarial aplicada aos servidores, levanta questionamentos sobre a coerência e a equidade da gestão dos recursos públicos. As pesquisas de intenção de voto para a presidência da república, nas quais Zema manifestou interesse em concorrer como alternativa da direita, indicam um desempenho inexpressivo, o que pode ser reflexo da repercussão negativa do aumento salarial e de outras controvérsias.
A polêmica em torno do aumento salarial coloca em xeque a imagem de Zema como um político preocupado com a gestão eficiente dos recursos públicos e sensível às demandas da sociedade. A repercussão negativa do caso, somada ao desempenho insatisfatório nas pesquisas presidenciais, pode prejudicar suas chances de construir uma base de apoio sólida para futuras eleições, uma vez que a confiança dos eleitores e, em particular, do funcionalismo público, é um fator crucial para o sucesso político.