O deputado federal Chiquinho Brazão, réu no caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, recebeu autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para cumprir prisão domiciliar. A decisão foi tomada com base em um relatório médico que aponta para a delicada condição de saúde do parlamentar e o risco elevado de morte por problemas cardíacos. Brazão, que estava detido no presídio federal de Campo Grande, deverá utilizar tornozeleira eletrônica e cumprir outras medidas cautelares, como a proibição de usar redes sociais e de ter contato com outros investigados.
A defesa de Brazão alegou que o deputado corre risco de morte na prisão devido a problemas de saúde, incluindo episódios de angina e obstrução de artérias coronarianas. O relatório médico do presídio corroborou essas informações, indicando a necessidade de cuidados especiais. Apesar da Procuradoria-Geral da República (PGR) ter se manifestado contra a prisão domiciliar, argumentando que a condição de saúde de Brazão poderia ser tratada no presídio, o ministro Moraes decidiu pela prisão domiciliar, considerando o caráter humanitário da situação.
Além de Chiquinho Brazão, seu irmão Domingos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, também são réus no caso Marielle Franco. A investigação da Polícia Federal aponta que o assassinato da vereadora está ligado a conflitos de interesse com o grupo político dos irmãos Brazão. Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, já condenados pelo crime, apontam os irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa como mandantes. O ministro Alexandre de Moraes concedeu um prazo de 30 dias para a apresentação das alegações finais dos réus, etapa que antecede o julgamento do processo.