O funcionalismo público estadual mineiro recebeu a notícia de que não haverá reajuste salarial no próximo ano. A confirmação veio do secretário de Fazenda do Governo de Minas, Luiz Cláudio Gomes, durante uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta terça-feira (15). Segundo o secretário, a decisão se baseia na necessidade de manter um estado fiscal e financeiramente organizado para garantir a continuidade das políticas públicas.
Durante sua participação na reunião, Luiz Cláudio enfatizou que a prioridade do governo é assegurar a sustentabilidade das ações nas áreas de saúde e educação, além de promover a valorização dos servidores dentro de um cenário econômico realista. Ele ressaltou o compromisso do governador em não assumir obrigações que não possam ser integralmente cumpridas, sinalizando uma postura cautelosa em relação às finanças estaduais.
A questão do reajuste salarial tem sido um ponto de debate constante na ALMG, especialmente em relação a uma lei de 2022 que exige a divulgação do percentual acumulado do índice de revisão geral anual da remuneração dos servidores até o final de janeiro de cada ano. O não cumprimento dessa divulgação por parte do governo gerou críticas e acusações de descumprimento da legislação por parte de parlamentares. Em resposta, o deputado Sargento Rodrigues (PL) anunciou que irá obstruir a tramitação de projetos de interesse do governo na Casa e que estuda a possibilidade de solicitar um pedido de impeachment do governador.
Em paralelo, lideranças sindicais das forças de segurança pública presentes na audiência manifestaram preocupação com a situação e reforçaram a percepção de descumprimento da lei por parte do governo. Diante da falta de perspectivas de diálogo e cumprimento da legislação, representantes das categorias ameaçaram iniciar uma greve como forma de pressionar o governo a atender suas demandas por valorização salarial.