Um esquema de fraude que movimentou cerca de R$90 bilhões está afetando aposentados e pensionistas do INSS, conforme revelado por investigações do Tribunal de Contas da União (TCU). Em 2023, foram identificadas 35.001 reclamações sobre empréstimos liberados de forma irregular, alguns sem o conhecimento dos beneficiários. Um dos casos emblemáticos é o de uma mulher do Rio Grande do Sul, que se viu obrigada a pagar quatro empréstimos ativos e já havia quitado outros 41, dos quais apenas três foram autorizados por ela. A família estima um prejuízo de R$160 mil ao longo de uma década.
A prática de renegociações não autorizadas de empréstimos também é comum, aumentando a dívida e o valor descontado dos pagamentos dos aposentados e pensionistas. Especialistas apontam para a necessidade de uma reforma administrativa para aumentar a eficiência do Estado, cortar custos e combater fraudes. Eles também destacam a importância de uma melhor governança nos programas públicos, para garantir que o dinheiro chegue a quem precisa.
Mesmo com a implementação da biometria pelo INSS, as fraudes continuaram a ocorrer, indicando falhas sistêmicas. A discussão aponta para um possível cartel de bancos e a falta de educação financeira entre os aposentados, tornando-os mais vulneráveis. O escândalo pode levar à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), gerando uma crise política. Entre as soluções propostas, estão o uso de tecnologia para aumentar a segurança, como o sistema Aadhaar da Índia, e o possível fim da prática de descontos diretos de empréstimos nos pagamentos. Aposentados e pensionistas são aconselhados a verificar seus contracheques para identificar possíveis empréstimos não autorizados.
