O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), acena com a possibilidade de conceder indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) caso seja eleito para a presidência da República. Essa declaração feita em uma entrevista à Folha de São Paulo, o coloca como o segundo governador a prometer tal benefício a Bolsonaro, seguindo os passos do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. A iniciativa de Zema ocorre em um momento em que ele já parece considerar Bolsonaro uma "carta fora do baralho" para a disputa presidencial, posicionando-se estrategicamente para atrair o eleitorado bolsonarista.
A promessa de indulto, justificada por Zema como comparável à anistia concedida a militantes de esquerda no passado, revela um movimento político calculado. Em entrevista, o governador mineiro relativizou o regime militar brasileiro (1964-1985), classificando-o como uma "questão de interpretação", o que pode ser interpretado como uma tentativa de se aproximar de pautas caras a parte do eleitorado de direita.
Zema tem evitado confrontos diretos com Bolsonaro, mas sua sinalização de que não disputaria a eleição contra o ex-presidente, mas não descartaria a corrida caso o candidato da direita fosse um dos filhos de Bolsonaro ou a ex-primeira-dama Michelle, reforça a percepção de que seu olhar já está voltado para o espólio político do ex-presidente. Essa estratégia busca consolidar sua posição como uma alternativa viável para a direita em um cenário pós-Bolsonaro, mirando diretamente nos votos dos apoiadores do ex-presidente.
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