O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a ser alvo de controvérsia após sugerir que o Brasil adote uma lei para "remover" pessoas em situação de rua, comparando-as a veículos estacionados irregularmente. A declaração foi feita durante entrevista a uma rádio na quinta-feira, 5 de junho, e reacende o debate sobre a abordagem do governo mineiro em relação a questões sociais e direitos humanos.
Na entrevista, Zema expressou a necessidade de uma legislação que permita a remoção de indivíduos em situação de rua, argumentando que a presença dessas pessoas pode "atrapalhar" e "fazer sujeira", além de expor a vida de moradores. Ele citou exemplos de grandes cidades como São Paulo e Belo Horizonte, onde a questão se apresenta como um "problema" sem uma solução "efetiva" no Brasil, em sua visão.
A declaração se soma a uma série de posicionamentos polêmicos do governador, que tem sido criticado por sua postura ultrarreacionária e por declarações que, para muitos, demonstram um distanciamento de sua imagem inicial de político pragmático. A recente entrevista à Folha de S.Paulo, na qual Zema abordou temas como a Ditadura Militar, Jair Bolsonaro e o governo de Nayib Bukele em El Salvador, reforçou a percepção de uma guinada em seu discurso para agradar a uma facção mais radicalizada da direita.
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A postura de Zema sobre a Ditadura Militar, em que ele afirmou existirem "interpretações distintas" sobre o período, e sua defesa da ideia de que o regime foi "mais próximo da justiça", são vistas como revisionistas e levantam preocupações sobre seu compromisso com os direitos humanos e a democracia. Além disso, suas declarações sobre a possibilidade de conceder indulto a Jair Bolsonaro, caso eleito presidente, e a admiração por modelos autoritários como o de Bukele em El Salvador, que desrespeita direitos humanos em nome da segurança, consolidam a imagem de um político disposto a abraçar ideias extremistas em busca de apoio político.