Prefeitos de municípios do Sudoeste de Minas Gerais estão ameaçando romper convênios e suspender contrapartidas financeiras destinadas a cobrir responsabilidades do governo estadual. A insatisfação, centrada na falta de respostas a demandas históricas da região, principalmente na área de infraestrutura viária, foi o tema central de uma assembleia da Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (Ameg). A medida drástica foi discutida como uma forma de pressionar o governo de Romeu Zema a apresentar soluções concretas para os problemas que afetam as cidades.
A situação financeira dos municípios é um dos pontos críticos do embate. O presidente da Ameg e prefeito de São Sebastião do Paraíso, Marcelo Morais, revelou que apenas sua cidade arca com mais de R$ 300 mil em despesas que, por lei, seriam do Estado. Entre os custos assumidos pelas prefeituras estão o abastecimento de viaturas das polícias Militar, Civil e Ambiental, além do pagamento de salários de servidores municipais cedidos a órgãos estaduais. Segundo Morais, sem o suporte municipal, serviços essenciais de segurança pública seriam paralisados, evidenciando o que ele classifica como uma burocracia excessiva por parte da administração estadual.
O sentimento de abandono é compartilhado por outros gestores da região. Em São Tomás de Aquino, o prefeito Daniel Ferreira da Silva relata a falta de melhorias na rodovia Prefeito Jorge Abraão e considera intervir por conta própria para solucionar os problemas viários. A mesma queixa é feita em Alpinópolis, onde o prefeito Rafael Freire critica a inércia do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) em um trecho que liga o município à MG-050, apontando que a omissão do estado tem custado vidas. A lista de reclamações se estende a Córrego Fundo, com problemas no trevo da cidade, e também inclui os municípios de Fortaleza de Minas e Cássia, todos apontando a ausência de atenção do governo estadual para com a infraestrutura rodoviária local.
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