A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos notificou o governo federal a respeito de uma iminente crise financeira que pode levar a um colapso, solicitando um aporte urgente de recursos públicos. A primeira comunicação foi direcionada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a situação foi detalhada em uma reunião posterior na Casa Civil, contando com a presença de ministros e representantes de diversas pastas.
Apesar da gravidade do cenário, com técnicos admitindo a criticidade da situação, a equipe econômica federal já sinalizou a falta de disponibilidade orçamentária para uma ajuda emergencial. No entanto, projeções indicam que a estatal necessitaria de até 5 bilhões de reais para reequilibrar suas finanças, sendo 2 bilhões de reais apenas para o ano de 2025. Os prejuízos da empresa têm se intensificado, com um déficit de 633,5 milhões de reais em 2023, saltando para 2,6 bilhões de reais em 2024 e acumulando 1,7 bilhão de reais nos primeiros três meses de 2025.
Nos bastidores, aumenta a pressão sobre a atual gestão dos Correios para que sejam implementados cortes de gastos. O mandato do presidente da empresa, Fabiano Silva dos Santos, está previsto para terminar em agosto, e sua continuidade no cargo dependerá da avaliação da Presidência da República. Fontes próximas à estatal sugerem que uma eventual mudança na liderança poderia servir como justificativa política para viabilizar o resgate financeiro bilionário. Contudo, o governo tem evitado publicamente abordar a possibilidade de um resgate, o que evidencia o dilema em admitir a necessidade de intervenção em uma empresa estratégica em meio a um período de ajuste fiscal.
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