Cúpula do G7, realizada na Itália, entra em seu último dia nesta sexta-feira (14) marcada por uma controvérsia acerca da inclusão do direito ao aborto seguro e legal no documento final do encontro. Líderes dos Estados Unidos, França, Alemanha e Canadá, representados por Joe Biden, Emmanuel Macron, Olaf Scholz e Justin Trudeau, tentaram incluir uma frase sobre o tema, gerando um impasse com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que se opôs veementemente à inclusão.
Meloni, conhecida por sua posição contrária ao aborto, relatou em sua biografia que sua própria mãe quase interrompeu a gravidez. Recentemente, seu governo permitiu que grupos antiaborto atuem dentro de clínicas especializadas na Itália, tentando convencer mulheres a não abortar.
Durante o encontro, diplomatas americanos, franceses, canadenses e alemães pressionaram para que a menção ao direito ao aborto fosse mantida no documento. Biden, que defende o direito ao aborto em sua campanha de reeleição, ameaçou não assinar o documento sem a inclusão da frase. No entanto, autoridades indicam que a expressão foi cortada e que o texto final deverá apenas referenciar indiretamente os princípios defendidos no ano passado.
Macron comentou sobre a igualdade entre homens e mulheres na França, alfinetando a falta de consenso político sobre o tema. Em resposta, Meloni criticou o uso do G7 para campanhas eleitorais, aludindo às eleições legislativas convocadas por Macron.
Outro tema central do encontro é o apoio financeiro à Ucrânia, com a presença do presidente Volodymyr Zelensky. Antes da cúpula, os líderes do G7 acordaram destinar US$ 50 bilhões à Ucrânia, apoiados por ativos russos congelados. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, participa do encontro como convidado.
O G7, composto por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão, discute ainda temas como inteligência artificial, migração, o poder econômico da China e o ressurgimento militar russo. A cúpula ocorre em um contexto de crescente influência da extrema direita na Europa e eleições significativas nos EUA, França e Reino Unido.
A cúpula conta com a participação do Papa Francisco, do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, além de líderes dos países do G7 e convidados especiais, como o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.