A Fundação Renova, juntamente com as mineradoras Vale, Samarco e BHP Billiton, foi condenada a pagar R$ 56 milhões em indenização por autopromoção ilegal após a tragédia de Mariana. A decisão resulta de uma ação civil movida por ministérios públicos e defensorias, alegando que as empresas divulgaram informações enganosas para minimizar o impacto do desastre ocorrido em 2015.
A condenação destaca que, entre 2018 e 2021, a Fundação Renova gastou R$ 28,1 milhões em publicidade, incluindo R$ 17,4 milhões em apenas um mês. Essas campanhas veiculadas em vários meios de comunicação foram consideradas uma tentativa de criar uma narrativa fantasiosa para beneficiar a imagem da fundação, desrespeitando as vítimas e a sociedade.
O tribunal determinou que as empresas realizem contrapropaganda corrigindo as distorções e omissões, além de pagar a indenização pelos danos causados. A Fundação Renova e as mineradoras ainda não se manifestaram sobre a condenação.
A tragédia de Mariana, em novembro de 2015, foi o maior desastre ambiental do Brasil, causando a morte de 19 pessoas e destruindo comunidades e ecossistemas ao longo do Rio Doce até o Oceano Atlântico. A Fundação Renova foi criada em 2016 para reparar os danos, mas as ações recentes demonstram um desvio de finalidade na sua atuação.