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A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de suspender a rede social X no Brasil, ganhou grande destaque na imprensa internacional neste sábado, 31 de agosto de 2024. A medida é vista como um marco na crescente tensão entre o magnata Elon Musk, dono da plataforma, e o Judiciário brasileiro, em um contexto de intensificação do debate sobre liberdade de expressão e combate à desinformação nas redes sociais.
Veículos de renome como Bloomberg, BBC, Wall Street Journal e Reuters analisaram a situação, enfatizando as potenciais consequências da decisão para o mercado brasileiro e a reputação global da plataforma. A Bloomberg apontou que o Brasil vem adotando algumas das ações mais severas no mundo para responsabilizar empresas de tecnologia por desinformação. A agência destacou o papel de Alexandre de Moraes, descrevendo-o como um líder nos esforços para conter o discurso de ódio e a desinformação, que, segundo ele, estariam ameaçando a democracia brasileira.
A BBC ressaltou o impacto crescente de Moraes no cenário jurídico brasileiro, lembrando suas decisões anteriores que já haviam limitado o funcionamento de diversas plataformas de mídias sociais. O Wall Street Journal, por sua vez, chamou atenção para o impacto imediato da suspensão, que restringe o acesso de milhões de brasileiros ao X, num momento em que a plataforma enfrenta dificuldades para manter sua receita publicitária. A Reuters completou ao destacar que a perda do mercado brasileiro pode ser um duro golpe para Musk, especialmente considerando a importância do Brasil como um dos maiores mercados globais da plataforma.
As tensões entre Moraes e Musk vêm se arrastando desde abril, quando o ministro ordenou a suspensão de dezenas de contas no X por espalharem desinformação. Musk, descrito pelo Wall Street Journal como um "entusiasta da liberdade de expressão", ameaçou fechar os escritórios do X no Brasil em vez de cumprir a ordem judicial.
A situação se agravou nesta semana, quando Moraes determinou a suspensão completa da rede social após Musk se recusar a designar um representante legal para a plataforma no Brasil. Moraes argumentou que a empresa tentava escapar da jurisdição brasileira "com a clara e criminosa intenção de desrespeitar as determinações judiciais". Por outro lado, o X alegou que as decisões do STF violam a legislação vigente e que seus funcionários no país estariam sendo ameaçados de prisão, aumentando ainda mais a complexidade da disputa.
A repercussão internacional dessa suspensão reflete a importância global da decisão e coloca em evidência as discussões sobre o papel das plataformas digitais e a responsabilidade de seus gestores perante a lei.
