O estado do Amazonas enfrentou em agosto de 2024 o pior cenário de queimadas do século, com 10.328 focos de incêndio registrados ao longo do mês. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontam este como o agosto mais devastador desde o início dos registros em 1998. O recorde anterior, de 8.500 queimadas em agosto de 2021, foi amplamente superado, evidenciando a gravidade da situação atual.
A extensa área afetada pelas queimadas, com aproximadamente 500 quilômetros de extensão, foi captada pelo satélite europeu Copernicus, revelando a disseminação do fogo por várias regiões do Amazonas. Além de impactar o estado, a mancha de incêndios se estende para outras áreas da Amazônia Legal, incluindo estados como Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará.
Diante da emergência, o governo do Amazonas decretou estado de emergência ambiental em todos os 62 municípios, proibindo qualquer tipo de queimada. Mesmo assim, a fumaça densa resultante dos incêndios já afeta a capital Manaus e outras cidades.
Comparado ao mesmo período de 2023, o número de queimadas praticamente dobrou. Em agosto do ano passado, foram registrados 5.474 focos, um cenário já preocupante que se agravou drasticamente em 2024. Entre os dez municípios da Amazônia Legal que mais sofreram com as queimadas, três estão no Amazonas: Apuí, Lábrea e Novo Aripuanã, todos localizados no sul do estado, onde a pecuária exerce forte influência.
Especialistas apontam que a combinação de seca prolongada e altas temperaturas durante a estação seca deixa a vegetação extremamente suscetível ao fogo. Regiões como o sul do Amazonas, Acre e Rondônia enfrentam uma seca de 7 a 21 dias, agravando ainda mais o risco de incêndios. A situação exige medidas urgentes para evitar uma tragédia ambiental de proporções ainda maiores.