Minas Gerais enfrentou em agosto de 2024 um dos piores cenários de incêndios florestais da última década. Foram registrados 2.488 focos de incêndio ao longo do mês, número que representa uma média assustadora de 80 ocorrências diárias. Esses incêndios, em sua maioria provocados por ações humanas, como a limpeza de pastos e atos de vandalismo, causam uma destruição imensurável à fauna, flora e qualidade do ar, comprometendo o equilíbrio ecológico e a saúde pública.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que destacou que esse foi o mês de agosto mais severo em termos de focos de incêndio desde 2010, quando o estado registrou 3.634 ocorrências. O INPE alertou ainda para os perigos das queimadas, que além de degradarem o meio ambiente, aumentam a poluição atmosférica, prejudicando a saúde de milhões de pessoas e impactando negativamente setores como a aviação e os transportes.
O impacto das queimadas também foi evidenciado pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, que relatou um aumento de 50% no número de incêndios entre janeiro e agosto de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. Foram cerca de 14 mil ocorrências, com aproximadamente 4.000 hectares de vegetação em unidades de conservação devastados pelas chamas.
A legislação brasileira trata incêndios florestais como crime, sujeito a pena de dois a quatro anos de prisão e multa. Em casos onde o incêndio é causado por negligência, a pena pode ser reduzida para seis meses a um ano de prisão. Além disso, a prática de queimar lixo, que contribui para a contaminação e poluição ambiental, também é considerada crime, com penas que variam de um a quatro anos de prisão, além de multa.
A comparação dos dados de focos de incêndio em agosto ao longo dos anos revela a gravidade da situação em 2024:
- 2024: 2.488 focos
- 2023: 1.029 focos
- 2022: 1.120 focos
- 2021: 1.941 focos
- 2020: 1.155 focos
- 2019: 1.369 focos
- 2018: 553 focos
- 2017: 1.610 focos
- 2016: 1.563 focos
- 2015: 962 focos
- 2014: 1.791 focos
- 2013: 993 focos
- 2012: 919 focos
- 2011: 2.445 focos
- 2010: 3.634 focos
Esse cenário alarmante exige uma resposta rápida e coordenada das autoridades e da sociedade para minimizar os impactos das queimadas e proteger o patrimônio natural de Minas Gerais.