Pela primeira vez na história, o Exército Brasileiro prestará continência ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) durante o desfile cívico de 7 de Setembro, sob o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão, vista como um marco pelo Governo Lula, gerou desconforto em setores das Forças Armadas, conforme relatado por fontes do Alto Comando do Exército.
O desfile deste ano, com o lema “Democracia e Independência! É o Brasil no Rumo Certo”, destacará quatro temas centrais: o desempenho do Brasil nas Olimpíadas, a retomada da vacinação, a presença do país no G2, e a reconstrução do Rio Grande do Sul (RS) após desastres recentes. O MST será homenageado por sua contribuição na reconstrução do estado, e seus membros desfilarão pela Esplanada dos Ministérios com seus tradicionais bonés e bandeiras.
Além do MST, outras entidades e movimentos sociais também serão homenageados, incluindo bombeiros, Correios, Conab, Força Nacional do SUS, Movimento de Atingidos por Barragens e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), este último com ligações com o político Guilherme Boulos.
A decisão de incluir o MST no desfile reacendeu tensões entre o governo e os militares, que haviam sido mitigadas no ano anterior pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. O evento, o primeiro sob o terceiro mandato de Lula, também foi marcado por uma presença modesta de público, com cerca de 30 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, muitas delas identificadas com o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Governo Lula.
O desfile também incluiu mensagens políticas, como a presença do personagem Zé Gotinha, que foi usada para enfatizar as políticas de saúde do governo atual. A primeira-dama, Janja, vestida de vermelho, reforçou seu apoio ao presidente com o gesto tradicional em forma de “L”.