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Governo de Minas avalia implantar praças de pedágio em perímetros urbanos da Grande BH

Para muitos usuários das rodovias de Minas Gerais, a expansão do pedágio eletrônico pode ser vista mais como um ônus do que como uma solução

05/09/2024 às 08h58 Atualizada em 05/09/2024 às 09h22
Por: Redação
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Governo de Minas avalia implantar praças de pedágio em perímetros urbanos da Grande BH

A implantação do sistema de pedágio eletrônico "free flow" em Minas Gerais está gerando preocupação entre os motoristas, especialmente com a expansão para áreas urbanas. Embora o governo de Minas Gerais celebre a baixa inadimplência — abaixo de 5% — como um sinal de sucesso, muitos usuários temem o impacto dessa medida no custo do transporte diário, principalmente em regiões metropolitanas densamente habitadas.

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A experiência inicial do free flow, implementada em junho de 2024 na concessão da EPR Sul de Minas, está sendo usada como justificativa para a ampliação do modelo para o projeto Vetor Norte, que abrange 158 km de rodovias na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A promessa do governo é de maior fluidez no trânsito, já que o sistema não exige praças físicas de pedágio, e de uma cobrança mais "justa", baseada na distância percorrida. No entanto, para os motoristas que transitam diariamente por essas vias, a preocupação é com a multiplicação de cobranças ao longo do trajeto, sem uma contrapartida clara de melhoria na qualidade das estradas e no tráfego.

O projeto Vetor Norte prevê a instalação de 17 pontos de cobrança, todos eletrônicos, ao longo de rodovias que ligam importantes regiões da capital mineira ao Aeroporto de Confins. Na prática, isso significa que motoristas que utilizam essas vias diariamente para trabalhar ou estudar poderão ver seus gastos com pedágio aumentarem consideravelmente. Apesar da justificativa de que a cobrança será proporcional ao trecho percorrido, muitos se queixam de que o governo poderia estar impondo mais um custo para a população sem oferecer benefícios visíveis a curto prazo.

Embora o governo afirme que parte dos investimentos gerados pelo pedágio será revertida em obras de melhoria — como duplicações, faixas adicionais e acostamentos —, o temor é que essas obras demorem a sair do papel, enquanto a cobrança começaria a ser feita de imediato. Os motoristas também questionam o impacto dessa medida no transporte público, que poderia sofrer aumentos de tarifa em decorrência dos novos pedágios.

Outra crítica frequente é sobre a falta de consulta efetiva à população. Apesar de o governo anunciar que está em diálogo com os municípios afetados, muitos motoristas afirmam que não foram adequadamente informados sobre como o sistema funcionará e o quanto terão que pagar. Com a expectativa de que esse modelo seja expandido para outras rodovias do estado, a sensação é de que a implantação de pedágios eletrônicos em áreas urbanas está sendo feita sem levar em conta o impacto financeiro sobre os cidadãos.

Além disso, mesmo com a inadimplência abaixo de 5%, há preocupações sobre como serão tratadas as situações em que o pagamento não for efetuado, ou quando houver problemas com o sistema eletrônico. A falta de alternativas de rotas livres de pedágio em muitos trechos apenas aumenta a sensação de que os motoristas estão sendo forçados a pagar sem ter escolha.

Para muitos usuários das rodovias de Minas Gerais, a expansão do pedágio eletrônico pode ser vista mais como um ônus do que como uma solução. Embora o governo celebre o modelo como um avanço na infraestrutura, a realidade para os motoristas pode ser um aumento significativo nas despesas diárias, sem garantias de melhorias imediatas no trânsito ou na qualidade das estradas.

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