O senador Cleitinho (Republicanos-MG) voltou a cobrar o fim das chamadas "saidinhas" de presos, destacando os riscos que a medida representa para a segurança da população e o retrabalho imposto às forças policiais, que frequentemente precisam recapturar detentos que não retornam após o benefício. O tema, que tem gerado grande debate nacional, ganhou novos contornos após a recente recaptura de mais de 300 criminosos em São Paulo, poucos dias após terem sido liberados em uma das "saidinhas" concedidas no estado.
"O sistema está falido, e nós estamos colocando em risco a vida de inocentes. A polícia faz o trabalho dela prendendo, e depois precisa ir atrás dos mesmos criminosos que não retornam. Não faz sentido manter essa prática", afirmou Cleitinho em seu discurso.
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Apesar de o Congresso já ter aprovado o fim das "saidinhas", o Judiciário ainda mantém o benefício para detentos cujas penas foram definidas antes da mudança na lei, o que tem gerado frustração entre os defensores de penas mais severas. O entendimento dos tribunais é que a medida não pode ser aplicada retroativamente, o que permite que criminosos condenados antes da aprovação da nova legislação continuem usufruindo desse direito.
O caso recente de um bebê de 11 meses, que foi violentado em Pesqueira, Pernambuco, por familiares da própria vítima, trouxe ainda mais indignação ao debate. A população teme que criminosos perigosos, como os suspeitos desse caso, possam receber o benefício da "saidinha" no futuro e voltem a cometer crimes semelhantes. "Esses indivíduos não deveriam sequer estar vivos, muito menos ter qualquer chance de liberdade temporária", comentou um morador local, refletindo o sentimento de parte da sociedade.
Além disso, Cleitinho ressaltou que o problema da "saidinha" não é apenas uma questão de reincidência criminal, mas também de justiça. Ele citou casos em que o Judiciário tem sido alvo de críticas por liberar suspeitos de crimes graves. Um exemplo recente foi a decisão do ministro Dias Toffoli de soltar o ex-diretor da torcida organizada Gaviões da Fiel, que estava sob investigação por supostas ligações com o PCC.
"Estamos vendo criminosos perigosos sendo beneficiados por decisões judiciais, enquanto o cidadão comum fica à mercê dessa violência. Isso precisa acabar", concluiu o senador.
O debate sobre a "saidinha" continua acalorado no Brasil, com a pressão crescente por mudanças que garantam mais segurança à população e menos impunidade para criminosos reincidentes. Enquanto isso, parlamentares como Cleitinho seguem cobrando que o fim definitivo do benefício seja aplicado a todos os detentos, independentemente da data de condenação.