Pablo Marçal, candidato do PRTB que ficou em terceiro lugar na eleição para a Prefeitura de São Paulo, declarou na noite deste domingo que não voltará a disputar o cargo nas próximas eleições e que sua trajetória política deve seguir por outros caminhos, como o governo do estado ou até a Presidência da República em 2026. Marçal obteve 28,14% dos votos, cerca de 1,17 milhão de eleitores, ficando atrás de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), que avançaram para o segundo turno.
Apesar de não ter conquistado vaga na segunda etapa da eleição, Marçal classificou seu desempenho como "extraordinário", destacando que sua campanha não utilizou recursos públicos, não contou com padrinhos políticos e teve pouco tempo de TV. “Não me sinto derrotado. Nós alcançamos quase um terço do eleitorado do maior colégio eleitoral do Brasil, com 1,7 milhão de indignados em São Paulo”, afirmou, apontando que esse resultado o coloca em uma posição forte para pleitear um cargo de maior relevância no cenário político nacional.
Marçal sinalizou que já está de olho em 2026, onde poderá tentar o governo do estado de São Paulo ou até mesmo a Presidência da República, reforçando que não pretende concorrer a cargos no Legislativo. “Vocês não vão me ver disputar a Prefeitura de São Paulo nunca mais. Só tem dois caminhos: governo estadual ou Presidência”, declarou. Com isso, ele sugere uma possível candidatura presidencial, mirando ocupar o espaço político que foi de Jair Bolsonaro, especialmente entre os eleitores de direita.
Durante a campanha, Marçal protagonizou episódios polêmicos, como quando foi expulso de um debate e recebeu uma cadeirada do candidato José Luiz Datena (PSDB). Além disso, suas redes sociais foram suspensas pela Justiça Eleitoral após ele divulgar um laudo falso que acusava Boulos de uso de drogas, fato que o próprio Boulos negou veementemente. Marçal admitiu que esse incidente prejudicou sua campanha, mas afirmou que amadureceu e que teria um comportamento diferente em uma futura disputa.
Sobre um possível apoio a Ricardo Nunes no segundo turno, Marçal deixou em aberto, condicionando sua decisão à incorporação de algumas de suas propostas pelo atual prefeito. No entanto, foi categórico ao afirmar que não apoiaria Boulos, a quem chamou de “marginal” e “representante da extrema esquerda”.
Com sua postura firme e o expressivo número de votos conquistados em São Paulo, Pablo Marçal parece estar se posicionando para um voo mais alto na política brasileira, possivelmente como candidato à Presidência em 2026, reforçando a ideia de que sua campanha teve impacto, apesar de não ter avançado para o segundo turno.
