O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tem feito jogo político ao condicionar seu apoio a Bruno Engler (PL), candidato bolsonarista à prefeitura de Belo Horizonte, a uma série de compromissos para as eleições de 2026. Embora exista uma afinidade ideológica entre Zema e Engler, o governador exige que o PL mineiro se comprometa a apoiar seu vice, Mateus Simões, na próxima disputa pelo governo estadual. Além disso, Zema também busca garantias de respaldo de Jair Bolsonaro para uma possível candidatura sua à Presidência da República, apesar de Bolsonaro já ter indicado que Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, é seu favorito para o cargo.
A cautela de Zema em anunciar seu apoio a Engler vem após a derrota no primeiro turno da eleição municipal de Belo Horizonte. O governador havia apostado suas fichas no deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), indicando sua ex-secretária de Planejamento, Luísa Barreto, como vice na chapa. Tramonte iniciou a corrida eleitoral em posição de destaque, mas acabou ficando em terceiro lugar, deixando Zema sem influência direta no segundo turno da disputa.
Esse revés é agravado por recentes pesquisas de aprovação que indicam uma baixa avaliação de Zema entre os eleitores de Belo Horizonte. Apesar de ser popular em outras regiões de Minas Gerais, sua imagem na capital foi enfraquecida, o que torna seu apoio a qualquer candidato um movimento de risco e que precisa ser muito bem calculado.
Além disso, o prefeito Fuad Noman (PSD), que disputa o segundo turno contra Engler, já descartou qualquer apoio de Zema. A decisão de Fuad em não aceitar a aliança do governador é vista como uma tentativa de se desvincular de um nome que tem enfrentado dificuldades para conquistar o eleitorado da capital.