Romeu Zema, governador de Minas Gerais pelo partido NOVO, acumula uma sequência de derrotas políticas que lançam dúvidas sobre sua viabilidade como candidato à presidência em 2026. A mais recente dessas derrotas ocorreu na eleição municipal de Belo Horizonte, onde Zema apostou em dois candidatos, ambos sem sucesso.
No primeiro turno, Zema apoiou Mauro Tramonte, do Republicanos, que tinha como vice na chapa Luísa Barreto, indicada pelo NOVO. Tramonte não conseguiu sequer passar para o segundo turno. Diante da derrota, o governador mudou de estratégia e declarou apoio a Bruno Engler, candidato bolsonarista do PL, no segundo turno. No entanto, o resultado também não foi positivo: Engler foi derrotado por Fuad Noman, do PSD, que conquistou a reeleição com folga.
Essas derrotas em Belo Horizonte se somam a um histórico recente de fracassos eleitorais de Zema. Em 2022, ele viu seu secretário de governo, Marcelo Aro, perder a eleição para o Senado e também falhou ao apoiar Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial. Em Minas Gerais, Lula saiu vencedor, contrariando a aposta do governador. Esse conjunto de resultados negativos parece indicar uma crescente dificuldade de Zema em construir uma base de apoio sólida, mesmo em seu próprio estado.
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Enquanto Zema enfrenta esse cenário complicado, outros governadores de direita têm obtido sucesso ao apoiar seus aliados. Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, Ronaldo Caiado, de Goiás, e Ratinho Júnior, do Paraná, conseguiram eleger seus candidatos sem maiores problemas, reforçando sua influência política e consolidando suas lideranças regionais. A falta de sucesso eleitoral de Zema pode enfraquecê-lo ainda mais na corrida presidencial, deixando-o isolado dentro de seu próprio campo político.
Além das dificuldades eleitorais, a imagem de Zema tem sido desgastada por algumas de suas decisões como governador. Medidas polêmicas, como o aumento de 300% no próprio salário e o favorecimento a locadoras de veículos na questão do IPVA, têm contribuído para a queda de sua popularidade, especialmente na capital, Belo Horizonte, que é o maior colégio eleitoral do estado. Pesquisas recentes mostram que a aprovação de Zema vem caindo não apenas em Belo Horizonte, mas em todo o estado.
O cenário para 2026 parece ainda mais nebuloso considerando a situação do partido NOVO. A sigla, que já teve um certo protagonismo em Minas Gerais, elegeu apenas 9 prefeituras no estado nas eleições recentes. Zema já anunciou que deve lançar o atual vice-governador, Mateus Simões, como candidato ao governo de Minas, mas a concorrência promete ser acirrada. Nomes como o senador Cleitinho, do Republicanos, Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte, Aécio Neves, e o senador Alexandre Silveira despontam como possíveis adversários de peso.
A falta de vitórias significativas e o enfraquecimento do partido NOVO colocam Zema em uma posição vulnerável. Caso ele decida insistir em uma candidatura presidencial, é possível que ele tenha que enfrentar a disputa como um "franco-atirador", apostando em uma candidatura outsider, por um partido menor e sem grande estrutura. A capacidade de Zema de reverter essa tendência negativa e resgatar sua popularidade nos próximos anos será decisiva para determinar seu futuro político.