O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concluiu uma viagem que ultrapassou as 24 horas de deslocamento até a Malásia para se encontrar com Donald Trump, mas o saldo da empreitada diplomática foi considerado nulo em ganhos concretos para o Brasil. As negociações não lograram reverter as tarifas comerciais que oneram exportações brasileiras em até 50%, tampouco conseguiram suspender as sanções impostas a autoridades do Supremo Tribunal Federal pelos Estados Unidos, deixando a pauta econômica e institucional intocada.
A crítica mais contundente ao evento veio de Martín de Luca, advogado ligado à Trump Organization, que classificou a cúpula como um exercício de marketing político. De Luca notou que, após um breve período de 45 minutos com Trump, a comitiva brasileira realizou diversas coletivas de imprensa, sugerindo que a ânsia por projetar um "grande progresso" mascarava a escassez de substância. A ironia se espalhou rapidamente, pintando a viagem de longa duração como um mero pretexto para uma "sessão de fotos" com o ex-presidente americano.
O Palácio do Planalto, contudo, focou seus esforços em difundir a imagem de um encontro bem-sucedido, destacando o "diálogo produtivo" e o "respeito mútuo" como vitórias simbólicas. Essa movimentação serviu, nos bastidores, como uma tentativa de Lula de reafirmar sua capacidade de diálogo internacional em detrimento de facções internas. Entretanto, especialistas em relações internacionais apontam que, na prática, a realidade das relações bilaterais não foi alterada: as barreiras alfandegárias permanecem ativas e as sanções contra os ministros do STF continuam válidas, confirmando que a dispendiosa jornada se limitou a um espetáculo de autopromoção.
