A articulação política em torno da Proposta de Emenda à Constituição que visa eliminar o referendo popular para a venda da Copasa atingiu um novo patamar de controvérsia, com alegações crescentes de que a negociação estaria se configurando como um verdadeiro balcão de negócios entre o governo Romeu Zema e o banco BTG Pactual, principal interessado na aquisição da estatal. Enquanto a oposição tenta manter a obstrução no Legislativo, vozes críticas sugerem que acordos de bastidores e promessas políticas estariam sendo trocadas por votos favoráveis à derrubada da consulta popular.

Os corredores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais estariam fervilhando com conversas paralelas à tramitação formal da PEC. Fontes indicam que a celeridade desejada pelo governo para acelerar as sessões e votações estaria condicionada a uma série de contrapartidas políticas e benefícios destinados a deputados indecisos ou àqueles ligados a partidos que demonstram flexibilidade na votação. O interesse do BTG Pactual, cujo nome tem sido frequentemente citado nos bastidores como o principal articulador financeiro da futura transação, reforça a suspeita de que os moldes da venda estariam sendo desenhados fora dos ritos transparentes esperados para um processo de tal impacto para o estado.

A resistência da oposição, que insiste em mobilizar a sociedade e utilizar todos os recursos regimentais, visa justamente expor essa dinâmica de negociação que, segundo eles, desvirtua o papel fiscalizador do parlamento. A continuidade das mobilizações sindicais e a pressão popular funcionam como um contraponto público à suposta barganha interna. O desfecho da votação, que se aproxima, será visto não apenas como uma decisão sobre a Copasa, mas como um termômetro da influência de interesses privados sobre a soberania das decisões estaduais em Minas Gerais.