Uma quadrilha altamente estruturada e armada que atuava no município de Prata, no Triângulo Mineiro, se tornou alvo da segunda fase da operação Defensio Vitae, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia. A ação resultou no cumprimento de 16 mandados de prisão preventiva contra membros de uma organização criminosa que, segundo as investigações, possui ligação direta com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O grupo é acusado de dominar o tráfico de drogas, comercializar armas ilegalmente, cometer homicídios e lavar dinheiro na região. Os crimes denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ocorreram entre agosto de 2024 e abril de 2025.
A estrutura da organização era composta por núcleos com funções definidas, voltados para o comércio ilícito de armas, execução de rivais, tráfico de entorpecentes e lavagem de dinheiro, sendo três dos denunciados apontados como líderes da facção. O MPMG detalhou que o grupo mantinha um forte arsenal e seguia as diretrizes do PCC, incluindo a execução de desafetos por meio de sentenças proferidas em "Tribunais do Crime". Evidências como áudios e conversas em celulares apreendidos revelaram o esquema hierárquico, com divisão de tarefas e ordens explícitas para a eliminação de rivais, o que demonstra o poder bélico e a capacidade de atuação da organização.
O delegado Fábio Ruz confirmou que o grupo é responsável pelo assassinato de um casal na zona rural de Prata, um crime que ganhou grande repercussão. As vítimas, identificadas como Priscilla Silva Teodoro Santos, de 36 anos, e Luiz Gonzaga da Silva Neto, de 26, tinham envolvimento com o tráfico de drogas. Ao todo, o MPMG apresentou 12 denúncias contra a organização criminosa, envolvendo cinco crimes de homicídio, dois de tráfico de drogas, três relacionados a armas, um de lavagem de dinheiro e um por organização criminosa. A operação busca desarticular totalmente a facção em Prata, Uberlândia e Três Corações. Dois suspeitos, incluindo um dos chefes do grupo que já é procurado pela Justiça de Alagoas, permanecem foragidos, enquanto parte dos denunciados já estava presa ou respondia em liberdade.
