O líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, do Rio de Janeiro, acionou o Supremo Tribunal Federal para solicitar uma investigação detalhada sobre a origem e o paradeiro do ferro de solda supostamente utilizado na tentativa de danificar a tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar argumenta que o objeto é um "instrumento especializado" e não um utensílio comum, exigindo perícia para rastrear sua procedência, coleta de impressões digitais e manutenção da cadeia de custódia.
No documento apresentado ao STF, Lindbergh Farias destaca que o uso do equipamento resultou em um "derretimento direcionado" na carcaça da tornozeleira, o que sugere uma ação intencional e descarta a possibilidade de acidente ou falha técnica. O pedido inclui a identificação de qualquer pessoa que possa ter levado o instrumento à residência, buscando responder à questão de onde o ferro de solda foi obtido e para onde ele foi levado após o uso. O parlamentar também requer a oitiva de um assessor e do irmão do ex-presidente, que estavam na casa no momento dos fatos, conforme relatado pelo próprio Jair Bolsonaro em audiência de custódia.
Além disso, a representação de Farias pede a investigação da atuação dos filhos do ex-presidente, citando a convocação de uma vigília pelo senador Flávio Bolsonaro, feita na véspera do ocorrido. O líder do PT sugere que o ato, anunciado como religioso, pode ter tido finalidade política de dificultar a ação dos agentes de segurança. O documento também menciona uma declaração de Eduardo Bolsonaro, feita após a prisão do pai, incentivando investigados pelo 8 de janeiro a "fugir de uma pena injusta", solicitando apuração sobre uma possível conexão com o episódio da tornozeleira e com a fuga de outros investigados.
