O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), prepara-se para iniciar o processo de despedida da administração estadual em meio a um cenário de críticas focado no significativo aumento da dívida pública e na falha em concluir obras essenciais. Com a pretensão de disputar a Presidência da República em 2026, Zema tem até o início de abril para deixar o cargo, mas a antecipação de seu afastamento coloca em evidência os desafios que serão repassados ao seu sucessor, Mateus Simões (PSD). Apesar de adotar um tom de balanço positivo de sua gestão, a realidade financeira do estado projeta uma sombra sobre o legado do governador. Sob sua administração, a dívida de Minas Gerais, que já era alta, dobrou, superando a marca dos **200 bilhões de reais** e configurando uma pesada "herança maldita" para as futuras gestões e para os cofres estaduais.

A imagem de um estado em recuperação, frequentemente defendida por Zema em seus pronunciamentos, colide com a situação crítica da saúde pública, especialmente no que diz respeito às obras dos **Hospitais Regionais**. A promessa de concluir essas unidades, vitais para descentralizar o atendimento médico e desafogar os hospitais da capital, não foi cumprida. O que deveria ser um avanço na infraestrutura de saúde se transformou em uma fonte de frustração para a população de diversas regiões, que ainda aguarda a finalização dos projetos. A descontinuidade e a falta de recursos para essas construções deixam os hospitais regionais como "esqueletos" de concreto, sinalizando um insucesso na implementação de uma política de saúde de grande impacto social.

Enquanto Zema se articula no cenário nacional, o ônus fiscal de sua gestão permanece como um dos principais pontos de atenção em Minas Gerais. A necessidade de descompatibilização do cargo, prevista para o final de março para atender às exigências eleitorais, intensifica o debate sobre a responsabilidade fiscal e as promessas não concretizadas. O governador se prepara para a campanha presidencial deixando para trás um desafio fiscal monumental e um histórico de obras de saúde cruciais que ficaram incompletas, colocando em xeque a eficácia de sua administração no equilíbrio entre discurso político e resultados concretos para a população.