Um recente lançamento da Netflix está ganhando destaque rapidamente tanto pelo sucesso de público quanto pelas especulações sobre indicações ao Oscar. O drama Sonhos de Trem chegou de forma discreta à plataforma, mas conquistou seu espaço entre as produções mais vistas no Brasil, garantindo uma vaga no Top 10 e se mantendo na quarta posição, conforme dados de monitoramento.
O filme conta com um elenco de peso, reunindo nomes como Joel Edgerton, Felicity Jones e Kerry Condon, sob a direção de Clint Bentley, conhecido por seu trabalho em Sing Sing. A recepção da crítica especializada tem sido extremamente positiva, com o longa atingindo 95% de aprovação em agregadores de avaliações. Veículos de imprensa já apontam o título como uma das principais apostas do serviço de streaming para a próxima temporada de premiações, com as atuações de Edgerton e Jones sendo cotadas para possíveis indicações.
A narrativa se passa no início do século XX e acompanha a vida de Robert Grainier, interpretado por Joel Edgerton, um madeireiro que trabalha em meio ao intenso período de expansão ferroviária nos Estados Unidos. Órfão desde a infância, Robert cresceu nas vastas florestas do Noroeste do Pacífico, habituado a uma rotina de solidão e trabalho físico pesado.
Devido ao ritmo acelerado da construção das ferrovias, Robert passava longos períodos longe de sua esposa, Gladys, vivida por Felicity Jones, e da filha. Essa ausência constante criava uma distância involuntária no núcleo familiar. No entanto, o cotidiano é subitamente transformado por um acontecimento inesperado, que desestabiliza o protagonista e o coloca em uma jornada emocional difícil, focado em preservar as memórias de quem foi importante em sua vida.
O roteiro é uma adaptação da novela escrita por Denis Johnson, com a versão cinematográfica dando foco a um personagem cuja existência simples é aprofundada pela forma como ele lida com o trabalho, as perdas e o afeto. O diretor Clint Bentley destacou em entrevistas que o que o atraiu na história foi seu caráter intimista. Ele ressaltou que a trama é especial por focar na vida de uma única pessoa, uma vida muito simples. Para ele, Robert Grainier é alguém que não muda o curso da história com grandes feitos ou invenções, mas que, mesmo assim, vive uma vida rica em profundidade.
O resultado é um drama comovente sobre um homem comum que enfrenta transformações imensas, mostrando a intensidade e o significado que podem estar contidos em uma trajetória aparentemente simples.
