O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, marcou presença em uma nova audiência de seu julgamento por corrupção em Tel Aviv. Sua chegada, entre sorrisos e cercado por ministros, foi recebida com vaias de manifestantes que protestavam no local. O retorno de Netanyahu ao tribunal acontece dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitar publicamente que o presidente de Israel conceda perdão a todos os processos que pesam sobre o premiê.

A polêmica intervenção de Trump ocorreu durante um discurso no parlamento israelense. O presidente americano pediu ao chefe de estado israelense, Isaac Herzog, que perdoe Netanyahu. A solicitação, que não teve resposta imediata de Herzog, gerou diferentes reações entre o público e a classe política. Um parlamentar de Israel defendeu o premiê, alegando que o pedido de Trump demonstra o conhecimento do presidente americano sobre a integridade de Netanyahu. Por outro lado, manifestantes presentes no tribunal enfatizaram a importância do sistema judicial e da democracia do país, afirmando que Netanyahu deve ser julgado pelos crimes que teria cometido, independentemente da opinião de outros líderes.

Os casos de corrupção que envolvem o primeiro-ministro incluem acusações de que ele e sua esposa teriam aceitado mais de US$ 260 mil em bens de luxo de bilionários em troca de favores políticos. Netanyahu também é acusado de tentar negociar uma cobertura de mídia mais favorável em dois veículos de comunicação. Desde o início das acusações, em maio de 2020, o premiê sempre negou qualquer irregularidade, afirmando ser vítima de uma conspiração política para tirá-lo do poder. A audiência desta semana acontece em meio a um momento histórico para o país, com a recente libertação dos últimos reféns israelenses em Gaza em troca de prisioneiros palestinos.