Um tenente da reserva da Polícia Militar de Minas Gerais foi detido em flagrante, na tarde da última quinta-feira, sob a suspeita de ter cometido um assassinato dentro de um apartamento no bairro Carlos Prates, na Região Noroeste de Belo Horizonte. O indivíduo, identificado como Marcos Antônio Januário, de 2º tenente reformado da corporação, foi encontrado no local do crime após o acionamento das autoridades. Segundo o registro policial, a intervenção ocorreu após uma denúncia de que uma mulher havia sido baleada em um imóvel da rua Itambacuri. Ao ser abordado, o suspeito, que estava armado, resistiu e se identificou como policial. Após ser contido e detido, ele teria mencionado ter "feito besteira" e indicado o apartamento onde estava a vítima.

Ao entrarem no imóvel, os policiais encontraram a vítima, identificada apenas como Paula, sem roupas, caída no quarto e já sem sinais vitais, apresentando sangramento na região da cabeça. O serviço de atendimento móvel foi acionado e confirmou o óbito. De acordo com relatos de testemunhas, a vítima e uma amiga alugavam o apartamento para realizar atendimentos como garotas de programa. As testemunhas informaram que o suspeito chegou ao local acompanhado da vítima e, pouco tempo depois, ouviram um ruído alto vindo do quarto. Ao checarem, encontraram Paula caída e imediatamente acionaram a polícia.

A perícia técnica realizou o trabalho no local e apreendeu uma pistola calibre .380, três celulares, uma máquina de cartões e um estojo de munição deflagrado. Conforme os peritos, o projétil atingiu a vítima no nariz e saiu pela nuca. Não foram encontrados indícios de luta corporal ou desordem no cômodo. Inicialmente, na sede do 34º Batalhão, o ex-militar afirmou ter contratado os serviços da vítima, mas alegou que um desentendimento teria ocorrido antes do programa, e que a mulher tentou pegar sua arma, o que, segundo ele, provocou um disparo acidental. Posteriormente, na presença de advogados, o suspeito optou por permanecer em silêncio. O caso está sob investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e a Corregedoria da Polícia Militar também acompanha o andamento das apurações.