Golpes e desinformação se espalham com perfis falsos e o uso de inteligência artificial nas redes sociais

O ambiente digital das redes sociais, que se consolidou como o principal canal de aproximação entre celebridades e seus fãs, está sendo cada vez mais comprometido pela ação de golpistas e pela disseminação de notícias falsas. O avanço da inteligência artificial (IA) tem facilitado a criação de perfis falsos que se passam por figuras públicas, gerando confusão, espalhando desinformação e levantando sérias preocupações sobre autenticidade e manipulação online. Casos recentes envolvendo grandes nomes mostram a gravidade do problema. A atriz Paolla Oliveira, por exemplo, precisou acionar a Justiça para solicitar a desativação de um perfil com milhões de seguidores que usava indevidamente sua imagem para promover publicidade de jogos de azar, sem sua autorização e em desacordo com seus valores.

A confusão se intensifica com a proliferação de contas, inclusive de fã-clubes, que imitam artistas e, em muitos casos, ostentam o selo azul de verificação do Instagram. Esse símbolo, destinado a autenticar figuras públicas e evitar a falsificação, está sendo burlado, facilitando a ação de perfis que se aproveitam da credibilidade para enganar o público. Fofocas e informações inverídicas sobre relacionamentos e eventos pessoais de celebridades como Carlinhos Maia, Ana Castela, Zé Felipe e Virginia Fonseca têm sido criadas e amplamente divulgadas por essas contas, utilizando até mesmo imagens convincentes geradas por inteligência artificial, que rapidamente viralizam e confundem até mesmo outros artistas. Esses perfis fraudulentos frequentemente direcionam seus seguidores para publicidade de casas de apostas ilegais, aproveitando o alto engajamento gerado pela polêmica.

A criação de um perfil falso utilizando dados e imagens de terceiros configura crime e pode ter sérias consequências legais, abrangendo falsa identidade, estelionato ou difamação, além de gerar responsabilidade civil por danos morais. Especialistas em direito digital alertam que a tecnologia, incluindo a IA, não elimina a autoria, e quem cria, divulga ou se beneficia do conteúdo fraudulento responde pelos danos. As plataformas digitais, como a Meta, têm o dever de monitorar e agir para remover contas fraudulentas, embora enfrentem o desafio de equilibrar a inovação tecnológica com a responsabilidade e a segurança do usuário. Para evitar cair em golpes, a recomendação é checar a descrição do perfil, observar o número de seguidores e procurar por falhas em imagens que pareçam excessivamente perfeitas, pois podem ter sido criadas por inteligência artificial.