O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em conjunto com a 1ª Promotoria de Justiça de Piumhi, deflagrou nesta terça-feira (21) a operação "Sanare" nas cidades de Piumhi e Bambuí. O objetivo da ação foi desmantelar um suposto esquema de desvio de recursos orçamentários destinados ao Consórcio Público Intermunicipal de Saúde da Microrregião de Piumhi. Durante os trabalhos, que incluíram o cumprimento de três mandados de prisão preventiva e doze de busca e apreensão, a Justiça acatou o pedido e determinou o bloqueio de bens no valor de quatro milhões e quinhentos mil reais dos investigados.

As investigações detalhadas pelo MPMG revelam que as fraudes orquestradas impactaram negativamente o atendimento médico-hospitalar oferecido à população de pelo menos onze municípios que compõem o consórcio. O núcleo do esquema envolvia a utilização de senhas bancárias geradas de maneira irregular para efetuar pagamentos indevidos, bem como a contratação de empresas fantasmas ou de fachada para simular serviços. Além disso, foram encontradas evidências de destruição de documentos cruciais para a apuração, como prontuários médicos e registros financeiros, apresentados em estado de fragmentação e carbonização.

A medida judicial foi além do congelamento de ativos, abrangendo também a quebra dos sigilos bancário, fiscal e dos dados contidos nos dispositivos eletrônicos apreendidos, além da suspensão das atividades de cinco empresas suspeitas de estarem ligadas ao grupo. A escolha do nome "Sanare", que remete ao latim para "curar", sublinha, segundo o órgão ministerial, a intenção de remediar um sistema de saúde corrompido. A ofensiva contou com o apoio logístico e operacional de promotores de Justiça e policiais militares, com reforço do Gaeco de Divinópolis.