A sensação de que a fatura de energia elétrica sobe sem grandes alterações na rotina dos brasileiros ganha um reforço concreto com o sistema de bandeiras tarifárias em vigor. Desde setembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mantém a bandeira tarifária no patamar vermelho, o que acarreta uma cobrança extra repassada diretamente para as residências. Em outubro, o país esteve sob a bandeira vermelha nível 1, um pouco mais branda que no mês anterior, mas ainda adicionando um custo de aproximadamente R$ 4,46 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Nesse cenário de custos adicionais, cada unidade de energia economizada se torna crucial, e o primeiro passo para o alívio no orçamento mensal é identificar quais equipamentos exercem maior pressão sobre o medidor.
Uma análise detalhada realizada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) revela que a concentração do consumo é notável: apenas 11 dos 51 aparelhos investigados são responsáveis por 80% do consumo total em um domicílio. O topo da lista dos maiores consumidores é ocupado pelo chuveiro elétrico, que sozinho demanda cerca de 1.609 kWh por ano por residência. Na sequência, a geladeira aparece com 368 kWh/ano, e o ar-condicionado com 106 kWh/ano. Conforme apontado pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), os equipamentos que mais gastam são aqueles que geram aquecimento ou resfriamento e que permanecem ligados por longos períodos, como ferros de passar e fornos elétricos.
Além do uso constante, pequenos deslizes na utilização diária e a manutenção de aparelhos obsoletos potencializam o problema. Hábitos como banhos demorados em temperaturas elevadas, deixar portas de refrigeradores abertas desnecessariamente ou manter o ar-condicionado em temperaturas muito baixas, como abaixo de 23 graus, são fontes de desperdício. Para a geladeira, um vilão constante, cuidados como respeitar o distanciamento das paredes e fontes de calor, e a verificação da vedação das portas são ações simples que evitam o esforço extra do motor. Por fim, o Idec reforça a importância de substituir equipamentos antigos, pois os modelos mais novos participam de programas de eficiência energética que garantem tecnologias mais econômicas e com melhor desempenho.
