Uma recente pesquisa do Datafolha expôs a forte divisão política em torno da megaoperação policial que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro e região metropolitana. O levantamento revela que a maioria dos eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desaprova a ação, enquanto o apoio é elevado entre os que votaram em Jair Bolsonaro. Essa diferença de visões ilustra a profunda polarização ideológica que cerca as estratégias de segurança pública no país.
Os dados mostram uma clara divergência de opinião de acordo com o voto em 2022. Segundo a pesquisa, 67% dos eleitores de Lula consideram que a operação não foi bem-sucedida. Na contramão, 83% dos eleitores de Bolsonaro avaliaram positivamente a ação, demonstrando forte respaldo nesse grupo. No panorama geral, 57% dos moradores do Rio de Janeiro e região metropolitana aprovaram a megaoperação, indicando que, apesar das fortes desavenças partidárias, há uma maioria favorável à ação na área. A pesquisa foi realizada por telefone com 626 eleitores, entre 30 e 31 de outubro, com margem de erro de quatro pontos percentuais.
A avaliação crítica da megaoperação não se limita ao perfil político, estendendo-se a diferentes grupos sociais. A desaprovação foi mais marcante entre as mulheres, com apenas 47% de aprovação, bem abaixo dos 68% de apoio registrados entre os homens. Entre os jovens de 16 a 24 anos, a taxa de desaprovação atingiu 59%. Já na população preta, 43% dos autodeclarados consideraram a operação como mal executada. O estudo também apontou para um desejo por estratégias de segurança mais focadas em inteligência: 77% dos entrevistados afirmaram que investigar crimes é mais importante do que simplesmente eliminar criminosos. Além disso, 73% da população rejeitou a afirmação de que "quem sempre morre em operação policial é bandido".
