O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo federal irá atuar para pressionar por uma apuração paralela da operação policial que resultou em 121 mortes, incluindo quatro agentes, no Rio de Janeiro. A ação ocorreu na semana passada nos complexos do Alemão e da Penha e é considerada a mais letal da história do estado. A fala do presidente foi dada durante entrevista a agências internacionais de mídia, realizada em Belém, no Pará.

Lula criticou a condução da operação, destacando que a decisão judicial previa ordens de prisão e não de "matança", como ele classificou o resultado. O presidente salientou a importância de verificar as condições em que as mortes ocorreram, reforçando que, na sua visão, a ação foi "desastrosa" do ponto de vista da atuação estatal. A operação teve como alvo o grupo criminoso Comando Vermelho.

A articulação do governo, segundo o presidente, visa incluir legistas da Polícia Federal no processo de investigação. O caso deverá ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal em audiência agendada para esta quarta-feira. O ministro Alexandre de Moraes já havia determinado que o governo do Rio de Janeiro preservasse todos os elementos materiais relacionados à operação, como laudos e cadeias de custódia, para que o Ministério Público e a Defensoria Pública possam exercer o controle e a fiscalização da ação policial. Por outro lado, o governador Cláudio Castro classificou a operação como um "sucesso" no dia seguinte à ocorrência.