Uma ação conjunta de combate ao garimpo ilegal foi deflagrada nesta quarta-feira (5), no Rio Araçuaí, localizado no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. A chamada Operação Falcão Dourado mobilizou um grande efetivo da Polícia Federal (PF), Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e da Agência Nacional de Mineração (ANM). O objetivo principal foi desmobilizar atividades de extração mineral sem autorização legal na região.
Durante os trabalhos, diversas dragas utilizadas na atividade criminosa foram inutilizadas pelas equipes de fiscalização. Segundo informações da operação, os equipamentos funcionavam sem qualquer tipo de licenciamento ambiental ou autorização de lavra, configurando um grave crime ambiental. Além da destruição dos maquinários, outros materiais foram apreendidos e alguns indivíduos envolvidos na exploração ilegal foram presos em flagrante. As investigações prosseguem para identificar todos os financiadores e participantes do esquema.
A operação ocorre em um momento de destaque internacional para o debate climático, coincidindo com a realização da COP-30, e reforça o compromisso das instituições brasileiras no combate aos crimes contra o meio ambiente. A prática do garimpo ilegal em rios acarreta danos severos ao ecossistema, principalmente devido ao uso indiscriminado de mercúrio metálico no processo de separação do ouro. Esta substância, altamente tóxica, contamina os rios, o solo e os peixes, representando um risco direto à saúde humana, especialmente de comunidades ribeirinhas, podendo causar danos neurológicos irreversíveis.
Além da contaminação química, a atividade ilegal provoca o assoreamento dos cursos d'água, a perda de biodiversidade e a degradação da qualidade da água, com efeitos de longo prazo para todo o bioma. Os responsáveis pela atividade ilegal poderão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da União e associação criminosa. Somadas, as penas para esses crimes podem ultrapassar 10 anos de prisão. As autoridades afirmam que as ações de inteligência e fiscalização serão ampliadas para coibir o avanço do garimpo em Minas Gerais.
