A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, em segundo turno, na tarde desta quarta-feira (5), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que elimina a necessidade de um referendo popular para a eventual desestatização da Companhia de Saneamento de MG (Copasa). A proposta recebeu 48 votos favoráveis e 22 contrários, atingindo exatamente o número mínimo de três quintos dos parlamentares, necessário para alterar a Constituição estadual.
A votação, no entanto, foi cercada de polêmica e confusão no Plenário. Inicialmente, o painel eletrônico registrou apenas 47 votos a favor, o que seria insuficiente para a aprovação. Após o encerramento da votação, o deputado Bruno Engler (PL) solicitou pelo microfone que seu voto "sim" fosse computado. O presidente da ALMG, Tadeu Martins Leite (MDB), acatou o pedido e declarou a PEC aprovada, gerando protestos imediatos por parte dos deputados da oposição.
O clima na Assembleia já estava tenso antes mesmo do início da votação final. Durante o dia, uma sessão realizada pela manhã já havia discutido a proposta. Em ambas as reuniões, as galerias foram tomadas por servidores da Copasa, que protestavam intensamente contra a PEC. A sessão vespertina chegou a ser suspensa por alguns minutos após um tumulto generalizado, com empurra-empurra entre deputados da base governista e da oposição, exigindo a intervenção da Polícia Legislativa.
