Os gastos do governo de Minas Gerais com viagens oficiais apresentaram um crescimento de quase o triplo ao longo da gestão do governador Romeu Zema (Novo), segundo informações disponibilizadas no Portal da Transparência do Executivo. Os valores despendidos passaram de R$ 33,69 milhões em 2019, o primeiro ano do mandato, para R$ 93,60 milhões em 2024, o patamar mais alto registrado na série histórica. Mesmo com dados parciais até novembro de 2025, as despesas já alcançaram R$ 81,41 milhões, superando o total de 2023 e sendo mais que o dobro do registrado em 2019. Tais despesas englobam custos com diárias, passagens aéreas, hospedagem, deslocamentos terrestres e demais valores relacionados a viagens de trabalho de todas as pastas da administração estadual, incluindo secretarias e demais estruturas do Executivo responsáveis por agendas e atividades externas.

Ao ser questionado, o governo de Minas Gerais, cuja sede está em Belo Horizonte, afirmou por meio de nota que todas as viagens de servidores seguem a legislação e são realizadas em função do interesse público, abrangendo atividades como inspeções, fiscalizações, captação de recursos, implementação de políticas públicas e capacitações. O governo acrescentou que as autorizações passam por cada secretaria e que os gastos foram influenciados por fatores externos, como a inflação, e internos, citando três decretos que aumentaram os valores de diárias e ampliaram o número de municípios considerados especiais. A nota também destacou que a consulta "Diárias e Viagens" no Portal da Transparência permite detalhar os motivos, destinos e despesas.

Considerando a correção inflacionária pelo IPCA entre dezembro de 2019 e dezembro de 2024, os R$ 33,69 milhões do início da gestão equivaleriam a R$ 45,48 milhões ao final do ano passado. Mesmo com este ajuste, os gastos de R$ 93,60 milhões em 2024 representaram um aumento real de aproximadamente 106% nas despesas do período. O salto nas despesas ocorreu principalmente a partir de 2022, com a retomada das atividades presenciais pós-pandemia. Naquele ano, os gastos subiram para R$ 58,92 milhões, cerca de 74,9% a mais que em 2019. Em 2023, chegaram a R$ 77,58 milhões, e em 2024, atingiram o recorde de R$ 93,60 milhões, consolidando uma alta de 177,7% na comparação com 2019.